sábado, 21 de fevereiro de 2015

Uma breve volta no tempo

Meu cabelo mudou algumas vezes
durante 2011, parece que alguém
estava tentando mudar alguma coisa.
É normal não lembrar se um ano foi bom ou não? Acho que 2011 não foi um bom ano, mas realmente não sei. Só sei que recentemente, olhando meu histórico da universidade, notei que aquele foi o ano das minhas notas mais baixas em todo o curso, e isto me fez pensar: "Onde eu estava em 2011?" E eu não lembrei.
Na tentativa de lembrar de 2011, fui até o Facebook dar uma olhada no meu histórico e encontrei muita coisa, um número exagerado de postagens e compartilhamentos. Descobri. Em 2011 eu estava na internet. Fui repassando na mente minha trajetória na internet no período entre 2010 e 2012 e eu tive dois blogs, dois perfis no Tumblr, dois no Twitter, um no Flickr, um no Facebook... eu estava completamente absorvida pela internet, e 2011 foi o ponto alto disso tudo.
Aqui no blog, meus textos de 2011 são, na sua maioria, reflexões melancólicas sobre a vida, o que deixa claro que eu não andava lá muito bem. E é claro que não. O ano de 2011 foi o primeiro que passei sem meu pai (que faleceu no natal de 2010), isso talvez justifique muita coisa.
Mas por que eu decidi falar de 2011 agora? É simples. Aquele ano foi a ultima vez que passei por um recomeço, e foi bem traumático, o que me fez temer bastante ter que passar por recomeços. O fato é que 2015 é um ano de recomeço.
Este é meu primeiro ano depois de me formar e eu não sei mesmo o que esperar dele, de fato, ando bem ansiosa. Me segurei bastante para não voltar a escrever no blog por puro medo de me ver mais uma vez presa na internet. É uma bobagem, mas é que as coisas andam tão fora do lugar que eu não quero ficar também.
Mas se querem saber, por enquanto as coisas andam até tranquilas.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

Depósitos de poeira

Há alguns meses eu li "A História Sem Fim", livro de 1979, do alemão Michael Ende. Li este livro pouco depois de ouvir alguém falar que não há porque ter livros na estante, principalmente hoje em dia que tudo é digital, se eles só servem pra virar depósitos de poeira. E eu pensei: "Quem disse que meus livros são só depósitos de poeira? Mal sabem a quantidade de vezes que eu namoro aqueles livros que já li faz tempo." Eu já achava importante ler o mesmo livro mais de uma vez e por isso tê-los sempre por perto, mas há alguns meses descobri que este hábito é fundamental e justifica demais ter livros na estante. 
“A História Sem Fim”, que além de uma narrativa incrível sobre heróis num reino de fantasia, que rendeu três adaptações cinematográficas entre os anos 80 e 90, traz reflexões valiosas para todos os amantes da literatura, das histórias, da fantasia. Dentre muitas lições, a mais importante é sem dúvida, a compreensão de que nenhuma história tem fim.
O momento do livro em que entendemos o título “A História Sem Fim”, nos ensina não só porque aquela história não terminará, mas o porquê de todas as histórias terem o potencial de serem infinitas. Aprendemos que toda história é sem fim porque ela recomeça sempre que é contada de novo e é modificada sempre que é contada de novo. Temos a capacidade de interferir em cada história que lemos através da nossa interpretação, por isso, a cada leitura a história muda. Você nunca lerá exatamente o que o autor escreveu, nem o que outra pessoa leu. E, principalmente, nunca lerá novamente o mesmo que da última vez que leu o livro. Por isso a releitura é importante, e eu diria fundamental.
Ao reler um livro, além de notar detalhes que talvez tenha deixado passar da última vez, se você está vivendo em um momento muito diferente do que estava na primeira vez que leu, sua interpretação provavelmente mudará bastante. Será uma experiência nova, como ler um novo livro. Por isso, não cometa o pecado de deixar um livro esquecido na estante depois de lido, releia assim que puder. E se for algo que você não pretende mesmo ler de novo, passe a diante, para que outros mantenham o contínuo daquela história. O importante, é não deixar a história morrer quando você fecha o livro.